A Casa dos Patudos - Museu de Alpiarça é, sem dúvida, em termos de monumentos, o ex-líbris de Alpiarça. No entanto, mais alguns monumentos se poderão visitar. Destacamos a Igreja Paroquial de Alpiarça, não esquecendo os mais recentes trabalhos do escultor Armando Ferreira, natural de Alpiarça, que através da sua obra muito tem contribuído para a divulgação do concelho.
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:: Igreja Paroquial de Alpiarça |
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:: Monumento a José Relvas Obra do escultor João Limpinho
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:: Monumento ao 25 de Abril Obra do escultor Armando Ferreira |
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:: Busto ao Dr. Hermínio Duarte Paciência
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:: Solidariedade
Obra do escultor Armando Ferreira
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:: Fonte de Vida Obra do escultor Armando Ferreira Memorial do lugar Alpiarça
Embrião de vida que emerge num milagre periodicamente repetido.
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:: Ao Ciclismo
A representação que faço do realismo na minha obra tem como objectivo oferecer vitalidade destas grandes maquinas humanas, desenvolvendo na competição forças físicas que estão para além da nossa expansão racional. O realismo vai buscar o seu enorme poder ás suas formas atormentadas, encerradas na inefável pungência humana, não se esconde por trás de outro qualquer estilo não tendo prazo de validade, passa e resiste em todos os tempos e gerações.
São muitos os "vencedores" exibindo o nome de Alpiarça, Nesta terra subordinada a contornos de crenças estáticas germinaram sempre grandes valores tanto no ciclismo como noutras actividades culturais e científicas que tanto nos honram . Homens com variadas profissões se propuseram a correr de bicicleta centenas de provas perfazendo milhares de quilómetros sem preparação física, técnica e apoio adequados. Esta homenagem é apenas uma parte daquilo que estes homens merecem. |
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:: A melhor Casta Obra do escultor Armando Ferreira Inaugurada a 25 de Abril de 2005. Faço esta alegoria ao vinho, com a criação desta escultura, onde não dispensei a figura "Mulher", porque encontro no seu todo uma corrente poderosa de energia e considero a mais alta expressão dos poderes criativos e visuais do homem. |
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:: Dr. Hermínio Duarte Paciência Obra do escultor Armando Ferreira Inaugurada a 23 de Abril de 2007
" Ao Dr. Hermínio Paciência |
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:: Monumento ao Povo de Alpiarça Obra do escultor Armando Ferreira Inaugurada a 30 de Agosto de 2013 Esta obra foi inaugurada em simultâneo com a inauguração da nova Praça do Município. A cerimónia contou com a presença do Secretário de Estado da Administração Local, Dr. António Leitão Amaro, do Presidente da Câmara, Dr. Mário Pereira, do autor do monumento, o escultor Armando Ferreira, de todos os elementos da vereação e de outros eleitos autárquicos e demais convidados.
Excerto da intervenção do escultor Armando Ferreira, no momento da inauguração:
"Nesta faixa de terra física e cultural que o Tejo tem, as pessoas se habituaram durante séculos, a organizar as suas vidas.
Sol, Água e Terra conjugam-se aqui em simbiose perfeita, que faz desta região a zona mais fértil do território nacional. Tempos geológicos foram acumulando, numa interminável tarefa de milénios, o maior espaço de abundância.
Chama-se Ribatejo, a vastidão da lezíria, os campos de aluvião, ondulado por vinhedos e olivais e salpicado por povoações dispersas oriundas de vários pontos do país, aqui se fundiram: Gaibéus, Barrões, Serranos, Bimbos, Avieiros,…pessoas que precisaram de matar a fome. Uns partiam e outros iam ficando. Somos descendentes desses.
Antes das máquinas tomarem as grandes tarefas agrícolas, era a braços e pé descalço que tudo se fazia. Era os tempos do capataz e dos ranchos contra a fome; Era o tempo do trabalho de sol a sol; Era o tempo de algum pão e pouco conduto; Era o tempo da pobreza de um avio; Era o tempo do role dos assentos de fiados; Era o tempo da praça de jornas; Era o tempo das mãos e pés com gretas; Era o tempo de selar o contrato de trabalho na taverna e honrado com a molhadura. Neste universo, como tudo na vida evolui, nesta obra em escultura faço representar esse povo que passou uma vida de sofrimento.
Semeando ternura e amizade Adubando a terra, com sorriso e canções Lembrando a noite que não tarda Chegando os invernos de mágoa.
Século XX, a aurora começa a romper, o escuro das ideias. Vai surgindo um espaço em luz. De sol a sol, brilhando nas costas curvadas com jeito de aquecer o que já está queimado. Um tamanhão de anos de corpo suado. Terra, torrões e leivas tanto vos tenho olhado, com esta enxada tão grande, com força de besta mais regos te faço e te dou de beber, no teu ventre escaldante os teus filhos irão nascer.
Numa pausa de trabalho, vou comer este bocado de pão que me sai deste saco ressequido, igual a este torrão.
E vou pensar, pensar, pensar,…
Não há forma de o amanhã ser diferente, Quem sabe! É preciso pensar, pensar,…
Não quero ser só a besta de trabalho. Um homem é um homem, e não um cão.
Descansa enxada grande estou cansado. Sai da minha cabeça boné, preciso de ar novo. Tenho o cabelo encharcado de suor, Preciso da cabeça fria.
O olhar fixo em coisa nenhuma, e o pensamento perdido por entre tantas coisas que queria ver realizadas.
As memórias de tristeza e desilusão, Trabalho duro, sendo a sua riqueza a família, Comendo desejos.
Com telhados de nada paredes de palha e portas abertas para os deuses.
Chegou o dia de refletir. As garras que o fere e que o mata, não é a doença nem a fome, mas sim outros homens.
Os tais deuses, que encomendam conveniências de cegueira à PIDE, para continuarem a ser donos da injustiça.
Sim. Se houve um quartel da PIDE em Alpiarça, isto diz a todos que o homem do campo, não era só uma besta de trabalho, também foi pensador, e passou a haver muitos pensadores e reuniões clandestinas, sopradas por ventos noturnos senhas prensadas nos colarinhos das camisas papel mastigado e engolido por um susto segredos enviados por nuvens encontros debaixo de árvores sem sombra códigos nos olhares códigos nas vozes portas que se abrem à força gritos de mulheres, de tamancos batendo no seixo das ruas, iluminadas pela lua dos deuses.
Estes homens de ontem também foram, os capitães de Abril É verdade que muitos já partiram. E quem somos nós? Não somos os seus descendentes? Somos com certeza e moramos e trabalhamos, na mesma terra, Somos todos vizinhos. Todos.
Esta obra tem o sentido de fazer representar o povo do passado e presente, pois estaremos para sempre ligados à terra que faz germinar, tudo o que é necessário para a sobrevivência de todos nós. Será sempre, mas sempre uma terra agrícola.
Para os Alpiarçolhos, Alpiarçeiros e Alpiarcenses, o trabalho duro e árduo, não era obstáculo para deixar de pensar, por isso, houve…
tantas prisões, tantos clandestinos, tanto cansaço. não tenho outro jeito vou pensar, pensar,… talvez, amanha me saia esta dor no peito quem sabe, talvez eu consiga alargar, o aço da enxada que herdei.
Obrigado.
Amando Ferreira" |